11 de agosto de 2012 - Descoberta de Deimos completa 135 anos

Descoberta não foi por acaso Hall não deslindou os satélites naturais de Marte de forma acidental. Segundo o astrônomo Ronaldo Mourão, fundador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), a descoberta constituiu uma das mais belas conquistas da ciência astronômica, justamente por não ter sido resultado do mero acaso. Hall realizava buscas sistemáticas dos satélites, os quais já haviam sido motivo de especulações por parte do astrônomo alemão Johannes Kepler. Conforme Naelton de Araújo, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, além de Kepler, outros dois escritores citaram a existência de duas luas marcianas em suas obras antes da descoberta científica: o inglês Jonathan Swift, em Viagens de Gulliver, e o francês Voltaire, em Micromegas. ... Conforme Araújo, esses dispositivos são acoplados a gigantescos telescópios em terra ou a bordo de naves espaciais não tripuladas. "Várias luas dos planetas gigantes foram descobertas desta forma desde as primeiras sondas espaciais", esclarece. Mesmo com o recurso das sondas espaciais, Roig argumenta que o procedimento para a descoberta de um satélite é basicamente o mesmo. "Tomam-se imagens de diversas partes do céu, em volta do planeta, e procura-se por objetos que estejam se movendo em volta deste", pontua o astrônomo. Fobos e Deimos: a origem O Sistema Solar possui, atualmente, 171 desses corpos, cada qual com suas características e particularidades. Mas todos possuem algo em comum, a definição de satélite: "Nome dado a um corpo celeste que gira ao redor de outro", afirma Araújo. Eles são classificados como "naturais" para distingui-los dos satélites artificiais, criados e colocados em órbita pelo homem. "Os satélites naturais podem se originar por formação simultânea com o corpo que orbitam, por captura gravitacional ou por colisão", esclarece Picazzio. ... A descoberta de Fobos e Deimos contribuiu para o estudo de Marte e a busca por respostas. Neste momento, essa investigação é materializada na sonda Curiosity, em solo marciano desde a última segunda-feira. Para Araújo, as informações sobre os satélites de um planeta ajudam a entender vários detalhes importantes. "Sabendo como os satélites se movem, podemos saber mais precisamente a massa e a forma do planeta. Por outro lado, saber onde estão as luas marcianas no momento da chegada de qualquer sonda é fundamental, pois há a possibilidade de colisão", explica o astrônomo. Outra questão levantada pela descoberta dos satélites, conforme Mourão, é que ela originou as histórias sobre os marcianos e a preocupação dos astrônomos sobre a possibilidade de haver vida na superfície de Marte. A presença do robô Curiosity em solo marciano tem justamente esse objetivo. "Essa sonda poderá fazer análises que nunca foram feitas antes. Poderá percorrer distâncias maiores por quase dois anos. Instrumentos poderosos vão revelar muito do passado e do presente de Marte", afirma Araújo. ... Colonização Por enquanto, a sonda Curiosity é a melhor aposta para trazer respostas a esses e outros questionamentos. "Espero de verdade que possamos responder muitas perguntas sobre a existência de água e até vida. Vivemos num momento brilhante da exploração marciana", aponta Araújo. As pesquisas desenvolvidas pela Curiosity poderão, também, servir de base para o planejamento de uma futura missão tripulada a Marte, conforme Roig. ... Veja o restante do artigo no site Terra

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