Coluna Publicada no Site AstroDataBase ®:
Astronomia Em Toda Parte®
Ciências Espaciais no nosso dia a dia
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Velejando na Luz do Sol
Número 3 -22 de março de 2003
Vento é ar em movimento. Uma infinidade de microscópicas moléculas colidindo com um tecido podem impulsionar um navio. A energia do movimento direcionado do ar passa para a vela e assim se navegou por séculos. Você não estranha que vento algum consiga mover um morro como o Pão de Açúcar. É fácil perceber que a massa do morro é muito grande e que a pressão do ar sobre ele, por mais forte e direcionada que seja, não produz movimento. Pois bem, a luz também transmite energia à superfície em que "colide": pode aquelecê-la, ionizá-la e até empurrá-la. Você não sente a minúscula pressão da luz de uma lâmpada ou do Sol mas ela está lá; neutralizada por atritos e resistências por todo lado. Da mesma maneira que o vento tem força para suspender uma folha mas não move um rochedo é fácil perceber que há uma relação entre a força do vento, o peso dos objetos que ele carrega e as forças de atrito.
Claro que tal espaçonave teria que ser posta em órbita por um veículo lançador convencional. Um foguete químico leva mais de 90% do seu peso em combustível para vencer a gravidade da Terra. A queima deste combustível acelera muito o veículo em poucos segundos porém cessa logo. Por outro lado, o veleiro solar teria uma pequena aceleração durante longo tempo no espaço. Poderia assim atingir velocidades finais bem maiores que o dispendioso processo de combustão.
Um veleiro solar partindo da órbita terrestre precisaria de 1000 m² de vela para cada 900 gramas de massa (incluindo a própria nave e sua carga útil). Algo como a área de 12 campos de futebol para carregar um passageiro de uns 80 kg. Uma vela tão grande precisaria ser estendida já no espaço.
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